Resumo
Introdução: As hepatites virais agudas são doenças infecciosas sistêmicas causadas por diferentes agentes etiológicos, os quais tem em comum o tropismo primário pelos hepatócitos, células do fígado, mas que diferem quanto ao modo de transmissão e suas repercussões clínicas. A hepatite A é causada por um vírus RNA de fita simples, o qual é transmitido em sua grande parte via fecal-oral. A região Norte, constitui uma região de alta incidência dos casos de hepatite A no Brasil, devido a condições sanitárias e socioeconômicas desfavoráveis. Nas nações em desenvolvimento, a exposição, infecção e consequentemente a imunidade são em sua maior parte durante a infância. Entretanto, conforme a frequência de infecções subclínicas diminui na infância nesses países, surge um grupo de adultos mais suscetíveis a essa doença. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de hepatite A nos anos de 2014 a 2019 na região norte. Metodologia: Trata-se de uma análise descritiva epidemiológica da hepatite viral aguda A na região norte no período de 01 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro 2019, sendo esse realizado via Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) obtidos através das notificações compulsórias dos casos de hepatite A na região norte, disponíveis no aplicativo TABNET, desenvolvido pelo sistema DATASUS. Os dados foram tabulados a partir da utilização do programa Microsoft Office Excel ®. Além disso, não houve necessidade da aplicação do termo de consentimento livre esclarecido (TCLE). Resultados: Na Região Norte do Brasil, nos anos de 2014 a 2019, foram contabilizados 5.168 casos de hepatite A, com redução significativa ao passar dos anos, de 2661 (dois mil, seiscentos e sessenta e um) em 2014, 1567 (mil quinhentos e sessenta e sete) em 2015, para 374 (trezentos e setenta e quatro) em 2016, 209 (duzentos e nove) em 2017, 206 (duzentos e seis) em 2018 e 151 (cento e cinquenta e um) em 2019. Conclusão: Durante o período analisado no estudo, foi possível observar uma diminuição significativa no número de casos de hepatite A na região norte do país. No Brasil, os padrões de faixas etárias mais acometidas sofreram uma alteração, de crianças de 05 a 09 anos entre os anos 2014 a 2016, para adultos jovens de 25 a 29 anos a partir de 2017. Dessa forma, pode-se inferir que, após o início da imunização de crianças, houve o surgimento de uma maior incidência em indivíduos adultos jovens, predispondo a um maior acometimento de formas graves e fulminantes da doença, que ainda se faz incidente na região norte graças a sua epidemiologia.
Referências
ALMEIDA, Elton Carlos de et al. Acesso à atenção às hepatites virais:
distribuição de serviços na região Norte do Brasil. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 22, supl. 1, e190008, 2019.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente transmissíveis. Boletim epidemiológico de hepatites virais 2015. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente transmissíveis. Boletim epidemiológico de hepatites virais 2016. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente transmissíveis. Boletim epidemiológico de hepatites virais 2017. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente transmissíveis. Boletim epidemiológico de hepatites virais 2018. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.