INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL AGRAVADA PELO NUTRICÍDIO NO BRASIL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

André Amorim de SOUZA, Cristiane de Oliveira do CARMO, Luciano da Silva GUEDES, Mácia da Luz BARROS, Maria do Socorro SILVA, Valéria Pereira MACÊDO

Resumo


O artigo propõe realizar uma revisão bibliográfica de estudos que mensuram a insegurança alimentar e nutricional no Brasil a partir do retrocesso ao mapa da fome até os dias atuais e assim, particularizar os dados na população negra e parda, evidenciando então a possível existência do nutricídio como um fundamento do contexto brasileiro moderno e também pormenoriza-lo analisando cenário político, econômico e social. Utilizamos o método estatístico sobre a perspectiva descritiva como dois marcos temporais, o primeiro dos anos de 2003 e 2023 por melhor retratar o cenário compreendido da segurança alimentar e nutricional e o período em que políticas públicas foram arroladas para garantir o Direito Humano à Alimentação e o segundo recorte discursivo foi extraído de portais jornalísticos brasileiros a partir do retrocesso do Brasil ao mapa da fome que corresponde entre os anos de 2018 e 2022, que reporta o atual cenário de insegurança alimentar e nutricional frente a pandemia COVID-19 e a desigualdade no acesso a alimentos. Como resultado, encontramos a população negra em maior exposição à fome, agravada pelo nutricídio, mesmo em pleno Estado democrático de direito, que propaga a igualdade e a dignidade da pessoa humana: que são severamente violados pela cultura imposta pelos colonizadores dos países africanos, sendo então um problema secular que se estende até a modernidade. Por fim, acreditamos que o racismo estrutural afeta o acesso ao Direito Humano à Alimentação e por potencializar uma vulnerabilidade, promove ainda mais desigualdades sociais e insegurança alimentar e nutricional, favorecendo o nutricídio.

Palavras-chave: Insegurança alimentar e Nutricional. Nutricídio. Fome. Racismo. Negro e Desigualdade social.


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