RAÇA E GÊNERO EM NARRATIVAS DE PROFESSORAS NEGRAS DE ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICIPIO DE ARAGUAÍNA (TO)

Juscelino Laurindo dos SANTOS, Wiliana Carneiro CARVALHO

Resumo


O artigo busca refletir e problematizar como tem sido o trabalho pedagógico voltado para o debate, inclusão e valorização da história, das culturas e identidades dos povos pretos nas pautas e ações em escolas públicas da cidade de Araguaína, no Tocantins (TO). A existência de obstáculos encontrados é confirmada no discurso de professoras negras, nossas interlocutoras, que narram suas experiências em sala de aula relacionadas à questão racial, o que implica gênero e classe também. Essa discussão envolve o lugar de fala das participantes como situação importante para a compreensão da identidade negra e para sua participação na construção de projetos voltados para a valorização da cultura do povo negro. Como lidam e/ou compreendem as professoras negras sobre sua negritude no ambiente escolar é uma das situações sobre as quais refletimos, pois percebemos, ao longo da construção desse trabalho, que a escola é um dos caminhos para que seja um território de construção de possibilidades para corpos não hegemônicos. Nos dias atuais, a classe e a cor da pele são ainda uma barreira para galgar espaços de poder dentro do sistema educacional de Araguaína (TO). Compreendemos a escola como um território de conflitos, de confrontos, mas acima de tudo essencial para a transformação da sociedade na construção de sonhos, de recomeços, na desconstrução de falsas verdades. A escola é lugar de combate para que negros(as) tenham respeitadas suas humanidades, exercendo sua profissão em que seus corpos pretos sejam afirmação de suas existências e resistências por uma escola plurirracial, território capaz de reconstruir sujeitos humanos.

Palavras-chave: Narrativas. Memórias. Raça. Gênero. Escola pública.


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Referências


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